segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"LULA VAI DESFILAR NA "GAVIÕES DA FIEL", AFIRMA DILMA

Ao sair da visita ao ex-presidente Lula, no Hospital Sírio Libanês, agora à noite, a presidente Dilma demonstrou otimismo com o tratamento dele e garantiu aos jornalistas que "Lula está muito bem e terá uma recuperação rápida:
 
- A conversa com o presidente Lula é sempre muito alegre. Ele olha pro mundo e olha pra vida. Garanto uma coisa pra vocês: em fevereiro ele estará desfilando na "Gaviões da Fiel"

CARLOS DRUMMOND, OLHAI POR NÓS

 
Foto de Marcos Estrella, em O GLOBO
CRISTO REDENTOR SAÚDA CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


ABI PROTESTA CONTRA AGRESSÃO A REPÓRTER DA TV GLOBO

Leia a íntegra da nota da ABI:
"A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) de São Paulo, estarrecida com o ato de vandalismo contra a jornalista Monalisa Perrone durante sua participação ao vivo no Jornal Hoje (quando falava direto do Hospital onde o ex-presidente Lula começou seu tratamento contra o câncer), vem prestar solidariedade à jornalista e à direção de jornalismo da Globo, num momento tão delicado onde vândalos agridem a liberdade de imprensa e o trabalho do jornalista.

Jamais, em tempo algum, ato de agressão física é aceito por qualquer motivo que seja. Debates e diferenças de ideias devem ser mostradas em discussões civilazadas e com o mínimo de dignidade.

O ato de agredir publicamente um jornalista no desempenho de sua profissão e no desempenho da informação livre ao povo é o mais baixo de todos os atos, que deve ser punido como tortura contra a pessoa, que foi o que realmente aconteceu, além de ameaça direta e pública contra o povo livre.

A ABI já viveu momentos de defesa da liberdade de imprensa contra as torturas e ameaças de violência contra a liberdade de ideias nos momentos mais triste do Brasil.

Exatamente por isto não podemos deixar de passar este momento de agressão à mídia e à imprensa sem prestarmos solidariedade à Rede Globo e repulsa a todos aqueles que agridem moral e fisicamente a liberdade.

AONDE ANDA A ONG?

Parafraseando Bandeira, em homenagem a faxina de Dilma 
 
a Ong anda

aonde anda

a Ong?

A Ong ainda

ainda Ong

ainda anda

aonde?

a onde?

a Ong a Ong

DRUMMOND É O MÁXIMO DOS NOSSOS MÍNIMOS

Luis Turiba
 
 
Hoje acordei com vontade de Carlos Drummond de Andrade.
Hoje é o dia dele. É o dia "D"
Drummond está no nosso inconsciente coletivo.
Ele é o máximo dos nossos mínimos 

Leiam esses cinco poemas que o blogdoturiba dedica a vocês(abaixo) e saibam o por quê?

Drummond está na mulher brasileira que anda na rua,

Está no amor que pulsa em nossos corações,
Está nas dívidas dos nossos sonhos e nas dúvidas do dia-a-dia

Está em Minas, está no Rio, está em Brasília

Está nas famílias, está nas quadrilhas,
Está até aonde não deveria estar,

Imaginem o quanto ele é moderno:

Está até na propaganda da TV

Dos que tentam limpar a barra do PC do B

CINCO POEMAS DE DRUMMOND SERVIDOS NA BANDEJA


Foto de Carlo Wrede, publicada no Jornal do Brasil, 6 de março de 2000: uma passista do Império Serrano, totalmente drummondiana

A bunda, que engraçada

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
rebunda.

 

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
.

 

 

stop
a vida parou
ou foi o automóvel?

 

 

 

Amar

Que pode uma criatura senão,

entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

 

 

JOSÉ

 

             E agora, José?
          A festa acabou,
          a luz apagou,
          o povo sumiu,
          a noite esfriou,
          e agora, José?
          e agora, você?
          você que é sem nome,
          que zomba dos outros,
          você que faz versos,
          que ama, protesta?
          e agora, José?

          Está sem mulher,
          está sem discurso,
          está sem carinho,
          já não pode beber,
          já não pode fumar,
          cuspir já não pode,
          a noite esfriou,
          o dia não veio,
          o bonde não veio,
          o riso não veio
          não veio a utopia
          e tudo acabou
          e tudo fugiu
          e tudo mofou,
          e agora, José?

          E agora, José?
          Sua doce palavra,
          seu instante de febre,
          sua gula e jejum,
          sua biblioteca,
          sua lavra de ouro,
          seu terno de vidro,
          sua incoerência,
          seu ódio - e agora?

          Com a chave na mão
          quer abrir a porta,
          não existe porta;
          quer morrer no mar,
          mas o mar secou;
          quer ir para Minas,
          Minas não há mais.
          José, e agora?

          Se você gritasse,
          se você gemesse,
          se você tocasse
          a valsa vienense,
          se você dormisse,
          se você cansasse,
          se você morresse...
          Mas você não morre,
          você é duro, José!

          Sozinho no escuro
          qual bicho-do-mato,
          sem teogonia,
          sem parede nua
          para se encostar,
          sem cavalo preto
          que fuja a galope,
          você marcha, José!
          José, para onde?
 

 

HOJE É O DIA "D". DRUMMOND ESTARIA FAZENDO 99 ANOS


A FESTA EM BELÔ SERÁ CAPRICHADA

domingo, 30 de outubro de 2011

FIEL CORINTHIANA FAZ HOMENAGEM A LULA

Corinthians faz homenagem ao ex-presidente Lula no Pacaembu

Jogadores entraram no gramado com uma faixa desejando força ao corintiano ilustre, que está na luta contra o câncer na laringe

Por GLOBOESPORTE.COM São Paulo

O Corinthians homenageou, na tarde deste domingo, antes da partida com o Avaí, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O político, torcedor do clube, foi diagnosticado com um câncer na laringe no sábado e vai iniciar o tratamento com quimioterapia nesta segunda-feira.

time do Corinthians com faixa de apoio a Lula (Foto: Carlos Augusto Ferrari / GLOBOESPORTE.COM)Corinthians exibe faixa de apoio a Lula (Foto: Carlos Augusto Ferrari / GLOBOESPORTE.COM)

Os jogadores entraram no gramado do Pacaembu carregando a faixa com a frase #forçaLULA. Nas arquibancadas, a torcida também exibiu uma bandeira com a imagem do ex-presidente.

torcida do Corinthians com bandeira para Lula (Foto: Carlos Augusto Ferrari / GLOBOESPORTE.COM)Torcida do Corinthians com bandeira para Lula (Foto: Carlos Augusto Ferrari / GLOBOESPORTE.COM)

Lula foi um importante aliado do Corinthians para que o clube conseguisse emplacar o seu estádio em Itaquera, que está em fase de obras, como palco sede paulista e palco de abertura da Copa do Mundo de 2014.

sábado, 29 de outubro de 2011

LULA COMEÇA TRATAMENTO CONTRA CANCÊR NA LARINGE

29/10/2011 16h12 - Atualizado em 29/10/2011 18h48

Lula passa bem e se alimenta depois de exame em hospital de SP

Ex-presidente fez exame para avaliar tumor diagnosticado nesta sexta (28).
Tumor tem entre dois e três centímetros, segundo avaliação médica.

Do G1, em São Paulo

 
 

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva passa bem e já se alimenta depois de ter passado por um exame neste sábado (29), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. As informações sobre o estado do ex-presidente foram passadas pelo médico Raul Cutait que esteve com Lula após o procedimento.

Depois de diagnosticado um tumor na laringe, Lula foi submetido a um procedimento para a retirada de um pedaço do tumor, que será analisado. Segundo o médico, Lula e sua mulher, Dona Marisa, receberam "bem" a notícia da doença. "Ele está bem, muito bem. Acordado, se alimentando. Está disposto", disse o médico.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ATENÇÃO PLANETA TERRA: O BICHO ESTÁ PEGANDO!!!

Sexta-feira, 28 de outubro de 2011

X CBDMA "Estamos extinguindo a vida na velocidade de um apocalipse"

Esse foi o alerta do economista e ambientalista Sérgio Besserman Vianna durante a palestra magna que abriu oficialmente, na manhã do dia 26 de outubro, o primeiro dia do Congresso Brasileiro de Defesa do Meio Ambiente de 2011. Em pouco mais de uma hora, Besserman, que é presidente da Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável e de Governança Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, ilustrou o passado - ao falar da forma com que, ao longo da história, a natureza e a vida no planeta passam por cataclismos naturais, se renovam e sobrevivem -, alertou para um futuro já irremediavelmente comprometido pela ação do homem e destacou, principalmente, um presente que exige uma decisão imediata e uma verdadeira revolução.

Segundo Besserman, a humanidade se comporta como "um dependente químico que não se trata", ciente do problema, mas sem nenhuma reação concreta que aponte para mudança. "Tínhamos um nível de segurança de elevação da temperatura global de, no máximo dois graus. As últimas pesquisas já determinaram que, independente do que façamos agora, teremos uma elevação de três graus nos próximos anos. Alguns cenários apontam para uma elevação de até sete graus". alertou. Segundo ele, para não passarmos do aumento de três graus de aquecimento, é preciso um completo abandono da nossa civilização e a construção de uma nova economia. "A humanidade está no momento em que deverá decidir se passa ou não da infância para a idade adulta. Vivemos sem muita preocupação, mas a conta chegou. E precisa ser paga imediatamente", definiu Besserman.

O padre Antônio Canuto, secretário executivo da Comissão Pastoral da Terra (CPT) falou logo em seguida, destacando as violentas relações de poder no campo, refletidas nas muitas mortes daqueles que lutam pela terra e pela preservação das florestas contra o poderio financeiro e político de madeireiras e grandes latifundiários. Segundo Canuto, por trás das mortes e da violência, há um modelo de desenvolvimento com firmes bases na predação dos recursos, na expoliação dos bens dos mais fracos e na concentração do poder sobre a terra. "Não por acaso, no exato dia em que assassinaram o casal José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, no Pará, o Congresso votava o famigerado código florestal. Quando a morte deles foi anunciada, a bancada ruralista vaiou a notícia. É um retrato fiel do poder no Brasil", declarou.

Participaram dos debates do dia, ainda, Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia; Marilene Ramos, presidente do INEA; o ex-senador Saturnino Braga; Manoel Lapa, vice-presidente do Clube; Clayton Guimarães, presidente em exercício do CREA-RJ; Moacyr Duarte de Souza, coordenador técnico do Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental da UFRJ; Ricardo Valcarcel, chefe do laboratório de Bacias Hidrográficas da UFRRJ e Dieter Carl Muehe, da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais.



SERÁ QUE VAI DAR TEMPO?


Será que dá tempo?

Luis Turiba

Saio de uma genial palestra de Sérgio Besserman na abertura do X Congresso do Meio Ambiente do Clube de Engenharia, e vou comer arroz integral no restaurante natureba da Cinelândia. Pensativo, macambuzo e um pouco tenso, dou minhas 33 mastigadas enquanto penso que o fim da vida inteligente está realmente próximo e nem nos damos conta. Ao contrário: pagamos as contas como se nada estivesse acontecendo e nem pedimos recibo. Realmente, Besserman tem razão: não há almoço de graça.

O economista ex-presidente do IBGE despejou convincentes e científicas informações sobre aquecimento do planeta, fim das geleiras polares, desertificação dos solos, emissão de CO2, avanços tecnológicos, extração de petróleo e os cíclos de cataclismas cósmicos que acontecem de milhões e milhões de anos com a natureza e o planeta. Ele nos convenceu que algo extraordináriamente caótico está anunciado e pautado para o nosso brevíssimo futuro. Suei frio.

Ao sair do almoço macrô – sim, pretendo estar o mais saudável possível para o fim do mundo -, num calor carioca de quase 36 graus, deparo-me com uma simpática horda de anarquistas ocupando a Cinelândia enquanto o tal fim do mundo não vêm. Já são quase 80 barracas ali, com mais de 200 jovens estudantes, artistas, fumadores de maconha e fiscais da natureza. É um movimento planetário de ocupação de espaços públicos. A mobilização é via facebook, não há lideranças, no máximo o monge tailandês Suvedananda dá lições de meditação grupal. Wall Street foi ocupada contra o capitalismo e agora é a vez da Cinelândia. Um perigo, pois podemos ficar sem carnaval.

Acho tudo muito misterioso, embora não acredite em coincidências: um "cabeção" como Besserman prega durante uma hora a "consciência cidadã planetária", deixando claro na maior instituição de engenheiros brasileiros que, se não pararmos i-me-di-a-ta-men-te com a exploração do petróleo, babáu: o planeta vai aquecer mais 2,3,4, 5 graus e a consequencia da brincadeira é imprevisível. Quase ao mesmo tempo, meninos e meninas vão à praça pública viver o aqui e agora sem rádio e nem notícias das terras civilizadas. Uma atitude revolucionária, sem dúvida, mas também sem esperança futura, sem sonhos pra logo mais à noite.

Um poeta do grupo Ratos Diversos pega um violão desafinado e canta em ritmo de rap um samba de Assis Valente: "anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar/ por causa disso minha gente lá no morro/ começou a rezar."

Penso nisso tudo, principalmente nas meninas e meninos, filhas e netos. Me pergunto: será que dá tempo?


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

SERGIO BESSERMAN E A CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

 
 
ABERTURA DO X CONGRESSO DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE 
 
 
Acabo que assisti uma palestra de Sérgio Besserman na abertura do X Congresso de Defesa do Meio Ambiente, aqui no Clube de Engenharia, simplesmente genial.

Muito bem humorado (é flamenguista roxo), repleto de informações científicas e planetárias, o economista Besserman falou sobre a história geológica do planeta Terra até chegar nas catástrofes já anunciadas cientificamente em função das Mudanças Climáticas. Mas o tema da sua fala foi "Qualidade de Vida nas Cidades".

Desmistificou muito blá-blá-blá dito por aí, previu dias difíceis para nós humanos e terminou conclamando as 800 pessoas que lotavam o auditório do Clube de Engenharia a desenvolveram uma "consciência cidadã planetária" pois a a chapa vai esquentar.

Fiquem de olho no site do CE- www.clubedeengenharia.org.br - , pois sua palestra foi supimpa e merece ser conhecida, pois; ou tomamos consciência ou o fim do planeta está próximo.  

A BUNDA, QUE ENGRAÇADA

Carlos Drummond de Andrade é

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
rebunda.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

POESIA NO CEP 20 000. É AMANHÃ QUE DRUMMOND FICARÁ NU




lucinha

SURGE UM NOVO POETA. VIVA A POESIA DE FABRÍZIO MORELO

Fabrízio Morelo: estréia será na Bienal do T-Bone

"tediário"

. A palavra não está nos dicionários oficiais, mas no vernáculo próprio dos poetas, que têm licença para grafar de maneira própria sentimentos. No caso em questão o poeta é Fabrízio Morelo e tediário o título com que ele oferece ao mercado editorial de Brasília junto com a chuva generosa deste 2011.

Advogado por profissão e poeta por compulsão de sobrevivência, Fabrízio lança seu primeiro livro no próximo dia 28 de outubro na Bienal do B, no Açougue Cultural T-Bone. Fará, na ocasião, um pequeno recital, onde dirá a que veio: declamará alguns poemas e apresentará um pouco do seu trabalho de letrista e compositor em parcerias com Sérgio Duboc e Vicente Sá.

Quem estiver lá, verá: estreante na palavra impressa, Fabrízio não é um poeta desconhecido, como destaca Vicente Sá no prefácio de tediário:

"Seus poemas e algumas letras de música já circulam na internet e rodas de samba de Brasília e de Minas Gerais." Outro parceiro, o músico Hamilton Holanda, apresenta o poeta com o conhecimento e o afeto declarados por frutos de uma amizade de 20 anos:

"Fabrizio mistura toda a sua experiência de leitor voraz e estudioso da palavra com sua paixão pela cultura popular, em especial pelo samba. Sua poesia tem ritmo, tem o balanço sincopado e bem cadenciado. Há o sofrimento, a resignação e o humos. Por vezes parece que escreve mais pelo som das palavras do que pelo signo, e isso é muito bom."

E Vicente Sá, no prefácio, completa: "O ritmo é pulsante e a palavra fui fácil, leve, como a pegada simples de um urso na floresta nativa, ou o nado de um peixe em seu riozinho esquecido lá por Minas Gerais."

Porque é em Minas que Fabrízio tem suas raízes escancaradamente expostas em vários dos poemas de tediário. Como expostas estão a paixão imedida pela filha Alice e as grandes verdades de um poeta que, como já disse Maiakoviski, é "todo coração".

Com vinte poemas organizados em quatro "capítulos" – poemas de traço, poema de assalto, poemas de amor e poemas de ocasião – tediário tem 60 páginas preciosamente embaladas em projeto gráfico e capa de Ribamar Fonseca e uma única ilustração de Gustavo H. Menezes. Sérgio Amaral fotografou o poeta.

Como disse Hamilton Holanda: "Para o leitor é um presente viajar por essa fantasia real."

Serviço:

tediário, de Fabrízio Morelo

60 páginas, edição do autor, Preço – R$ 25,00

Lançamento, dia 28 de outubro, 19h30min, na Bienal do B, a Poesia na Rua

Açougue Cultural T-Bone, comercial da 312 Norte, Brasília

fabriziomorelo@gmail.com

sábado, 22 de outubro de 2011

DRUMMOND ERÓTICO GANHA RELEITURA NO RJA


Drummond erótico ganha releitura no RJ

Performance poética chamada "Baixo Drummond" será apresentada no CEP 20000

A partir do próximo mês, o Brasil começa a celebrar o centenário de Carlos Drummond de Andrade, nascido em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902.  

Entre tantas homenagens, o grupo carioca de poesia e performance "FaraniCincoTrês", criado pelo poeta Chacal, optou por uma ousada releitura do livro póstumo "Amor Natural". São poemas eróticos, voltados para o amor carnal e a celebração do corpo da mulher amada.

O recital que recebe o nome de "Baixo Drummond" estréia no próximo dia 26, quarta-feira, no CEP 20.000, Teatro Sérgio Porto, no Humaitá, às 21 horas. O grupo "Farani" apresentará poemas autorais baseados na obra drummondiana. Mas pelo menos dois poemas de CDA serão lidos na perfomance: "Cabaré Mineiro", por Chacal; e "A bunda, que engraçada", por Luis Turiba.

A poeta Romã Neptune, por exemplo, escreveu o poema "O amor natural"

"Poucas coisas nesse mundo superam a delícia de, ainda dormindo,
sentir o membro do homem amado já acordado.
Sem abrir os olhos, entregar o corpo sonolento
ao comando de seu desejo badalando as 12 horas.
Então, o que era botão abre-se em flor.
E deste sonho de vai-e-vem sonâmbulo,
desperto num gozo doce de bom dia."








Enviado via iPad

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

POESIA CONTEMPORÂNEA LANÇADA EM BRASÍLIA

 
 
O livro "Poesia Contemporânea - Olhares e Lugares", coletânea de reflexões organizada por Sylvia Helena Cyntrão, será lançado nesta sexta-feira, 21, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura (shopping Iguatemi) em Brasília.
 
Reúne ensaios de professores e escritores convidados do simpósio realizado na Universidade de Brasília em setembro do ano passado. O livro é especialmente importante por um detalhe:... o simpósio foi o único evento da II Bienal Internacional de Poesia de Brasília que de fato se realizou - e que, agora, dá um novo fruto. Este que lhes escreve participa do livro com o texto "Brasília é apenas um lugar comum", uma reflexão sobre o excesso de clichês na poesia que se faz em Brasília, ou sobre Brasília. Outros autores que participam são José Castello, Rodrigo Garcia Lopes, Luis Turiba, Nicolas Behr, Amneres Santiago , Alexandre Pilati, entre vários outros. Haverá uma performance do grupo VivoVerso. Estaremos lá.Ver mais

AÇOUGUE CULTURAL T-BONE FAZ BIENAL DA POESIA DE RUA, EM BRASÍLIA

Bienal do B no T-Bone Foto: Secom Prefeitura de Manaus

Evento literário alternativo reunirá mais de 50 artistas. Entre os convidados estão os poetas Thiago de Mello e Nicolas Behr e o músico Kiko Zambianchi 

20 do 10 de 2011 às 10:00

Natalia Emerich_Brasília 247

– Arte na rua, de graça e para todos. Assim será a Bienal do B – evento alternativo que substituirá a 2ª Bienal Internacional da Poesia (BIP), que deveria ter sido realizada em setembro, mas foi cancelada pelo governo do Distrito Federal por falta de recursos. De 26 a 28 de outubro, o Açougue Cultural T-Bone sediará o encontro literário, que reunirá mais de 50 poetas, artistas plásticos e músicos na comercial da 312 Norte. A programação inclui bate-papos, declamações de poesia, shows, lançamentos e venda de livros e teatro de bonecos.

A ideia de realizar a Bienal do B surgiu da insatisfação de artistas pelo cancelamento da BIP na última hora. Como eles mesmos argumentam, a melhor forma de protestar é fazer cultura e não deixar as ideias morrerem. De acordo com o proprietário do T-Bone, Luís Amorim, a iniciativa representa a força que a arte tem na capital. "É uma criação coletiva e será manifestada ao ar livre, sem burocracia", disse.  A lista de convidados locais, nacionais e estrangeiros que estarão na Bienal do B confirma.

A expectativa é grande. O poeta Nicholas Behr vê na bienal uma oportunidade para que Brasília respire. "É a desconstrução dessa realidade mecânica e cruel em que vivemos, de metas e produção", afirma o poeta, brasiliense de coração. "Nada é tão inútil, nem tão necessário." De acordo com ele, o livro é só um depósito de palavras, "A poesia deve sair das páginas e tocar os ouvidos", destaca. Behr declamará poesias e participará de bate-papos. "Não basta fazer títulos, poeta que é poeta tem que ler e apresentar o seu trabalho", diz. "Vou lá mostrar serviço."

Considerado um dos maiores poetas brasileiros, o amazonense Thiago de Mello, autor de "Os estatutos do homem", estará no evento alternativo. "Não vou como escritor profissional, vou como escritor solidário", justifica o poeta, que aceitou o pedido de um amigo e não cobrou para comparecer. Na capital, ele pretende repartir a esperança que guarda em si. "A poesia é instrumento de mudança e formação de consciência, não é só arte", diz. No bate-papo, Mello afirma que cada um deve fazer a sua parte trabalhando na mudança para endireitar a vida dos que sofrem no país;.

Na Bienal do B também haverá homenagens. Os escolhidos são o poeta Ezio Pires, o livreiro Ivan Silva, da Livraria Presença, e a coordenadora da Biblioteca Demonstrativa de Brasília, Maria da Conceição Moreira Salles. "É maravilhoso ver o resultado do trabalho realizado na biblioteca reconhecido", diz Maria da Conceição. "Sempre procuramos destacar autores da Brasília e dar espaço para que eles divulgassem suas obras."

Embora os locais e a estrutura do festival poético tenham mudado, o anfitrião será o mesmo: o presidente da Biblioteca Nacional de Brasília – e poeta –, Antônio Miranda.

Interação artística

Música é poesia e por isso músicos de Brasília e de outras cidades se apresentarão nas três noites literárias e participarão de bate-papos com o público. Entre eles estão Kiko Zambianchi, Jorge Mautner, Rênio Quintas, Fernanda Porto, Marcio Cipriano e o grupo Sopro & Cordas.

Além de música e poesia, a bienal alternativa terá exposição de artistas plásticos locais, bancas para a compra e venda de livros e apresentação do mímico Miqueias Paz. Para as crianças, a partir das 18h, se apresentarão o bonequeiro Carlos Machado, a Companhia de Teatro Pilombetagem e o grupo Circo Boneco e Riso.

O evento é uma iniciativa da Organização Não Governamental Viva Arte – idealizada por Luis Amorim, dono do Açougue Cultural T-Bone. A bienal tem apoio da Petrobras e a contribuição voluntária dos artistas. "A nossa ideia é mostrar que a arte existe independentemente do apoio do Estado", afirma o porta-voz do Viva Arte e poeta, Vicente Sá.

MENINOS DO "MORRINHO" MANDAM SUA MENSAGEM NO CENTRO DO RIO

 
 
"DEUS SABE TUDO MAS NÃO É X-9"
 
Mensagem dos meninos do projeto Morrinho, que há 13 anos faz réplicas das favelas do Rio de Janeiro com tijolos pintados e trabalhados para se tornarem barracos. O "Morrinho" está montado hoje em pleno Largo da Carioca, onde pode ser curtido por mais de 2 milhões de pessoas que passam por lá diariamente. 

AS OBRAS "PRIMAS" DE CHICO ALVIM E ELIAS FAJARDO,


 
"O metro nenhum" e "Ser tão menino"
 
Recomendo que comprem, leiam e dêm de presente no Natal
 
Luis Turiba, Enviado via iPad
 

Hoje quero escrever sobre dois livros de dois autores diferentes que, embora diferentes, têm algo em comum além do amor à construção do mundo através de palavra e literatura: ambos são mineiros. E isso não é pouco, pois em se tratando de literatura e poesia no cenário brasileiro, ser mineiro não é tão somente um status geográfico, mas sim um merecimento histórico, diria até divino e por isso mineiramente misterioso.

São eles o poeta Francisco Alvim, que acaba de lançar "O Metro Nenhum", pela Companhia das Letras; e o escritor Elias Fajardo, autor de "Ser tão menino", lançado em meados do ano pela  7 Letras. Devorei ambos, não os autores, mas os livros nesse último mês. E aqui escrevo para fazer apresentações deles e, por que não, recomendar na véspera do Natal de que aproxima, essas duas obras que não são irmãs, mas podem ser primas, como, quem sabe, um bom presente nas festas natalinas.

Como já disse antes, são autores diferentes. Um de tão conciso, sobra. Outro falta, de tão farto. Elias Fajardo, por exemplo, se derrama no seu romance de memórias  em narrativas poéticas transcendentais de um tempo de meninices entre montanhas na velha e boa Minas Gerais.

Ao mesmo tempo que sua história (dele, o menino personagem) é contada delicadamente em cenas independentes e fragmentadas que funcionam como contos, Elias se posiciona como narrador crítico que interfere, une e dá a dimensão de atualidade a sua literatura.

"Escrever não mais para exorcizar fantasmas, mas para desvendar o lado oculto do mundo. Mergulhar no invisível contido no visível, fazer vir à tona pequenos ecos, intenções, barulhos, climas. Cristalizar o fugidio, extrair o mistério escondido no cotidiano e expô-lo como flor delicada aos olhos dos leitores", é assim que o narrador explica a proposta do romance-memória.  

Já nosso querido poeta Chico Alvim, pinga ao longo de 90 páginas poemas no seu já conhecido estilo folha-seca. Como um Drummond à maneira de Oswald, há um poema intitulado "Meio do caminho" que diz: "dá vontade/de sentar dar/ nem/ um passo à frente ou/ atrás". Ele espremeu tão liricamente sua linguagem, que há poema no tempo de um piscar de olho: "Não disse? Eu sabia".

Coube ao misterioso Zuca Sardan, que a gente nunca sabe se existe mesmo ou não, assinar o texto de orelha-apresentação de "O metro nenhum". E lá pelas tantas, Zuca me sai com essa: "Francisco Alvim (...) um Pierrot Lunar com meia-sombra lunar. As caveiras de Minas não acham graça; apenas fingem-que, mas de sorriso azedão. O Inferno é perigoso e o Paraíso um saco) e naquela encruzilhada metro nenhum passa, nem sequer para o Purgatório."

Para Zuca, a linguagem trágica do poeta Alvim "é também a lyrica, um lyrismo de irônica melancolia, que mal esconde o abysmo que se escancara atrás do sofá, enquanto pela janela se espraia o horizonte, onde passa a gaivota."

Mas o melhor de tudo isso é que esses dois livros estão a disposição dos espertos leitores nas melhores livrarias do ramo. Corram.....



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

GOVERNADOR DE BRASÍLIA TEM QUE FALAR SOBRE PROPINA DO PC DO B?


 
Alexandre Garcia, comentarista da TV Globo, envolveu hoje pela manhã o ex-ministro dos Esportes e atual governador do DF, Agnelo Queiróz, no caso da propina do PC do B.
 
Agora, o ex-assessor de Comunicação de Roriz, cobre que Agnelo venha a público se explicar. Shiiiiii... 

Fale governador, ou mande alguém falar

Ou pegar o avião e viajar não é politica de comunicação

19 do 10 de 2011 às 13:02

Paulo Fona

Nos quatro anos em que estive na Comunicação Social, como Secretário de Estado e Porta-Voz, jamais deixei de responder aos questionamentos da imprensa local ou nacional sobre as denúncias que existiam contra o governo Joaquim Roriz, no período 2002/2006.

Em algumas ocasiões pedia – por absoluta falta de tempo – que a matéria fosse publicada posteriormente para que pudéssemos saber quais as razões dos atos governamentais, seja de um administrador regional ou de um secretário ou mesmo de funcionário não graduado.

Isso ocorria naqueles casos em que o repórter ligava às 20 horas para ouvir o governo sobre uma denúncia que seria a manchete do jornal no dia seguinte. Ás vezes, era atendido, às vezes não. Fazia parte do jogo político e da relação de Poder entre governo e veículos de comunicação.

Mesmo assim, por diversas vezes, ouvi e rebati a acusação de que o então governo "controlava" a mídia local, o que era desmentido diariamente pela plena liberdade que os veículos tinham de informar a população sobre eventuais "malfeitos", para usar uma expressão da moda.

O que espanta, nos dias de hoje, é como o atual Governo do Distrito Federal, petista, supostamente "democrático e aberto à sociedade" esconde o governador Agnelo Queiroz e também se esconde, se omite em dar as necessárias explicações sobre o processo que responde no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre a chamada "Operação Shaolin". Isso, em tempos de twitter, facebook, smartphones e todo o tipo de I (pad, phone, pod)!

Desde a campanha eleitoral de 2010 existem as denúncias contra Agnelo Queiroz e o esquema montado em sua gestão no Ministério dos Esportes e desde então o então candidato deixou de dar explicações – na campanha eleitoral preferiu recorrer à justiça eleitoral para impedir a divulgação de depoimentos de dois envolvidos, que davam testemunho de como os recursos das ONGS eram desviados.

Mas não adiantou. Como se costuma repetir, a Justiça tarda, mas não falha! As denúncias continuam sem explicação cabal contrária e criou-se no GDF uma política de comunicação em que a melhor saída é pegar um avião, sumir por uns dias e esperar que a mídia, a Justiça, e a sociedade esqueçam os fatos.

Não resolve!

Paulo Fona foi Secretário de Comunicação e Porta Voz do GDF (2002/06) e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (2007/09) e Coordenador da Comunicação da campanha de Joaquim e Weslian Roriz em 2010.

TODOS CONTRA MUDANÇAS NO CÓDIGO FLORESTAL

18/10/2011 21h23 - Atualizado em 18/10/2011 21h34

Personalidades do país gravam vídeo contra projeto do Código Florestal

Idealizado pelo cineasta Fernando Meirelles, vídeo é parte de campanha.
Foco é ganhar a atenção do Senado e barrar pontos polêmicos na nova lei.

Do Globo Natureza, em São Paulo

Com o objetivo de reforçar o pedido aos senadores para que tenham cuidado ao analisar o projeto do Código Florestal, a campanha "Floresta faz a diferença", idealizada por 152 organizações ambientais do país e entidades da sociedade civil, lançou uma série de vídeo-depoimentos com atores, jornalistas e especialistas em meio ambiente.

O vídeo foi idealizado pelo cineasta Fernando Meirelles, que pediu a pessoas como Gisele Bündchen, Wagner Moura, Rodrigo Santoro, Fernanda Torres e Rodrigo Santoro para gravarem de forma voluntária depoimentos com declarações contra as mudanças na legislação ambiental do Brasil.

Ao todo são 25 depoimentos, cada um com aproximadamente um minuto, que vai reforçar a campanha do "Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável", coalizão de entidades contrárias às mudanças na legislação ambiental do país.

Proteja a fauna e a flora do Brasil no novo game do Globo Natureza: Missão Bioma

O ator Wagner Moura é um dos que aderiu à campanha contra mudanças no Código Florestal (Foto: Divulgação/Floresta faz a diferença)O ator Wagner Moura é um dos que aderiu à campanha contra mudanças no Código Florestal (Foto: Divulgação/Floresta faz a diferença)

Um abaixo-assinado virtual contra a mudança do Código Florestal pode ser preenchido no site www.florestafazadiferenca.com.br. Além do site, o movimento pede a inclusão da hashtag #florestafazadiferenca no Twitter.

De autoria do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), o projeto de lei foi aprovado no último dia 21 de setembro na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, mas o texto ainda passar por outras 3 comissões, antes de ser levado à votação em plenário. A previsão é que isto ocorra na primeira quinzena de novembro.

Cientistas também fazem apelo
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Associação Brasileira de Ciências apresentaram na última semana sugestões concretas para os senadores que analisam a proposta de alteração do Código Florestal, já aprovada pela Câmara.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

RAUL SEIXAS ELETRIZA O FESTIVAL DE CINEMA DO RIO

 
Por Luis Turiba
"-Faz o que tu queres
Há de ser tudo da lei"

"Raul – o início, o fim e o meio", filme-documentário de Walter Carvalho, que fechou ontem (17, segunda) o Festival de Cinema do Rio, tem todo o perfil para se tornar um filme Cult, desses que são permanentemente assistidos por milhares e milhares de pessoas que amam e cultuam a música de Raul Seixas.

No final da apresentação de quase duas horas, o público que lotou o Cine Odeon, na Cinelândia, aplaudiu calorosamente de pé a obra aos gritos de "Toca Raul", "Viva Raul". Caetano Veloso e Patrícia Pilar estavam entre os que vibraram.

Walter Carvalho, irmão mais novo de Vladimir Carvalho, acertou à mão. Levou perto de quatro anos para fazer o filme: dois filmando e quase dois montando. Mas conseguiu reunir com riqueza de detalhes tudo que se tinha sobre o roqueiro baiano.

Depoimentos riquíssimos sobre o autor de Gita, Ouro de Tolo, Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa e o eterno Maluco Beleza, foram colhidos por parceiros, parentes, amigos, ex-mulheres.

Falas como as do escritor Paulo Coelho, parceiro de Raul; do jornalista Nelson Mota, Caetano Veloso, Tom Zé e Marcelo Nova; além de todas as cinco ex-mulheres do cantor, especialmente o dramático e verdadeiro depoimento de Lena Coutinho, sua última viúva, que confessa ter perdido a batalha (e Raul) para as drogas.

"Raul" tem estréia marcada para o início do verão, em janeiro, e certamente atrairá esse povão apaixonado pelo seu canto, suas lições, mensagens e ensinamentos.

Assim, o Festival de Cinema do Rio, que começou há uma semana com o mito do espanhol Almodóvar, terminou com outro mito, o inventor do rock brasileiro, o baiano fã de Luiz Gonzaga e Elvis Presley, Raul Seixas. E todo o cinema, com lágrimas nos olhos, cantou "Rauuuuuuulllllll", um filme que não dá pra perder.
 
GITA
Gita

Raul Seixas e Paulo Coelho

"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando",
"Foi justamente num sonho que ele me falou"

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado

Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar

Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou eu fui eu vou

Gita

Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição

Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada

Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra,
Do fogo, da água, do ar

Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra A tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor

Eu sou a dona de casa
Nos pegues pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo

Gita

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão

Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai, o avô
O filho que ainda não veio,
O início, o fim, e o meio
O início, o fim, e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio
Eu sou o início, o fim e o meio

 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PRÊMIO JABUTI DE LITERATURA VAI PARA JOSÉ CASTELLO

17/10/2011 15h56 - Atualizado em 17/10/2011 16h22

'Ribamar' vence o prêmio Jabuti
na categoria romance

Livro mais pessoal de José Castello é uma homenagem ao pai.
'1822', de Laurentino Gomes, venceu na categoria reportagem.

Do G1, em São Paulo

Ribamar (Foto: Divulgação)Capa de "Ribamar", o romance vencedor do prêmio
Jabuti de 2011 (Foto: Divulgação)

"Ribamar", livro mais pessoal do escritor e crítico literário José Castello, foi o vencedor deste ano da categoria romance do prêmio Jabuti. A obra usa referências musicais para marcar a jornada de um filho, em uma homenagem ao pai do escritor.

Laurentino Gomes, que também escreveu "1808", levou o prêmio este ano com "1822", na categoria reportagem. Dalton Trevisan venceu a categoria contos e crônicas com "Desgracida", e Ferreira Gullar foi o vencedor da categoria poesia com "Em alguma parte alguma".

Vencedor na categoria biografia, "De menino a homem", de Gilberto Freyre, receberá homenagem póstuma, segundo regulamento. O prêmio irá para "Alceu Penna e as garotas do Brasil", de Gonçalo Junior, 2º colocado na categoria.

O caso da categoria biografia é exceção. Segundo as novas regras que entraram em vigor este ano, apenas os primeiros colocados de cada categoria são premiados e podem concorrer ao título de Livro do Ano. As mudanças aconteceram após uma polêmica no ano passado - "Leite Derramado", de Chico Buarque, ficou em segundo lugar na categoria romance, mas venceu como Livro do Ano. O resultado fez com que Editora Record ameaçasse abandonar o prêmio.

Veja a lista dos premiados até agora:
Artes: "Os Satyros", de Germano Pereira
Arquitetura e Urbanismo: "Dois séculos de projetos no Estado de SP", Nestor G. Reis e Monica S. Brito
Biografia: "De menino a homem", de Gilberto Freyre
Capa: "Invisível", de João Baptista da Costa Aguiar
Ciências da Saúde: "Atlas de endoscopia digestiva da SOBED", de Marcelo Averbach
Ciências Exatas: "Teoria Quântica - estudos históricos e implicações culturais", de Olival Freire, Osvaldo Pessoa, Joan L. Bromberg (org)
Ciências Humanas: "Manejo do mundo: conhecimentos e práticas dos povos indígenas do Rio Negro", de Aloisio Cabalzar
Ciências Naturais: "Bioetanol de cana-de-açucar – P&D para produtividade e sustentabilidade", de Luís Augusto B. Cortez (coord.)
Contos e Crônicas: "Desgracida", de Dalton Trevisan
Didático e Paradidático: Coleção "Pessoinhas", de Ruth Rocha e Anna Flora
Direito: "Fundamentos constitucionais do direito ambiental brasileiro", de Norma Sueli Padilha
Economia, Administração e Negócios: "Multinacionais brasileiras: internacionalização, inovação e estratégia global", de Moacir M. Oliveira Jr.
Educação: "Impactos da violência na escola: um diálogo com professores.", de Simone G. de Assis, Patrícia Constantino e Joviana Q. Avanci
Fotografia: "Fotografia de Natureza", Luiz Claudio Marigo
Gastronomia: "Machado de Assis: Relíquias Culinárias", de Rosa Belluzzo
Ilustração: "O Corvo", de Manu Maltez
Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil: "Gildo", de Sivana Rando
Infantil: "Obax", de André Neves
Juvenil: "Antes de virar gigante e outras histórias", de Marina Colasanti
Poesia : "Em alguma parte alguma", de Ferreira Gullar
Psicologia e Psicanálise: "Coração... É emoção: a influência das emoções sobre o coração", de Elias Knobel, Ana L. M. da Silva, Paola Andreoli
Reportagem: "1822", de Laurentino Gomes
Romance: "Ribamar", de José Castello
Tecnologia e Informática: "Aprendizagem a distância", de Fredric M. Litto
 

VIVA, VIVA, VIVA! PROFESSOR EM BRASÍLIA DÁ BOM EXEMPLO.

Professor revitaliza escola e faz violência de bairro do interior diminuir

A escola fica em Arapoanga, um dos bairros mais violentos de Planaltina, a 40 quilômetros de Brasília. Quando assumiu a direção, o professor Jordenes encontrou o caos.

O Fantástico foi até a escola pública com as melhores notas do Distrito Federal. "A nossa escola alcançou já em 2010 o que o MEC estipulou para que alcançássemos em 2014", revela o professor Jordenes da Silva.

Quem vê o povo reunido na maior tranquilidade não imagina o terror de dez anos atrás. "As pessoas tinham medo de botar os filhos na escola. Ela vivia, essencialmente, a condição de insegurança do bairro", lembra o professor.

A escola fica em Arapoanga, um dos bairros mais violentos de Planaltina, a 40 quilômetros de Brasília. Quando assumiu a direção, o professor Jordenes encontrou o caos.

"Era desrespeito com os professores e servidores, e destruição do patrimônio da escola", conta.

A primeira providência do novo diretor foi chamar a polícia. Em um só dia, 75 prisões; 25 camburões da PM saíram lotados da escola.

"Foragidos da Justiça, pessoas com mandado de prisão e que usavam a escola para ter acesso aos adolescentes e alunos", diz.

É claro que depois vieram as ameaças de morte, mas o professor Jordenes estava determinado a fazer a escola funcionar. Uma ideia fixa que talvez tenha começado muitos anos antes de tanto ouvir o pai repetir o velho ditado: "Feliz do homem que é escravo de uma grande ideia".

"Eu resolvi me tornar escravo de uma grande ideia: formar meus filhos", diz Juverci da Silva, pai de Jordenes.

Quando juntou a tralha da família e deixou o interior de Minas em direção a Planaltina, Juverci já sabia o que fazer. "Procurei uma escola, matriculei os filhos, comprei uma carroça, um cavalo e fui para a rua".

Um carroceiro e uma empregada doméstica semianalfabetos tomavam as lições dos filhos com obstinação.

"Vocês aprendem a tabuada, porque, se souberem de cor, vocês vão conseguir a matemática de vocês", ensina a mãe Jurandy da Silva.

O filho mais velho virou doutor com três diplomas: biologia, administração e direito. Por isso, ele acredita na força da educação. E mesmo no bairro cinzento e pobre, quer seus alunos estudando na sombra de um jardim florido.

"Esse impacto traz ao aluno a certeza de que chegou a um lugar especial", acredita Jordenes.

Tão especial que tem musica clássica em vez de sirene. "O ambiente é calmo e tranquilo, mas é vivo, porque a música também traz essa vivacidade. A sirene, não", acrescenta.

Há espelhos por todos os lados. "A imagem te dá o referencial de como você se contextualiza, o que você faz aqui na escola. Quando colocamos as barras de espelho, os alunos começaram a olhar primeiro para si. Isso deu um choque de autoestima", explica o professor.

Ele não tem vergonha de pedir. Com a embaixada do Japão, conseguiu uma tela interativa. Foi a primeira escola do Brasil a ter essa ferramenta.

"Só o Fantástico, da Rede Globo, e nós tínhamos esse quadro quando ele chegou nessa escola. Só que de lá para cá a nossa evasão escolar caiu 35%."

É fácil entende o porquê. "É muito melhor, porque a gente tira parte do conteúdo maçante que a gente só aprende no quadro branco", opina Gualter Sobrinho, de 13 anos.

O fascínio dos alunos com a tecnologia é canalizado para as microaulas no blog da escola, que já tem 60 mil acessos.

"Tendo uma dúvida, ele passa um e-mail, que é entregue para o professor da matéria, que sana a dúvida", aponta Jordenes.

Em uma comunidade tão pobre, por que não empregar gente da região? "Começamos a trazer para trabalhar na limpeza da escola moradores do bairro. Nesse momento em que estamos conversando, o responsável pela segurança da escola é pai de uma aluna da oitava série".

Em dez anos, muita gente já mudou de vida. O professor Uarlen Dias foi aluno de Jordenes. Está de volta como professor para ensinar em outro contexto.

"Do lado de cá era a quarta série e do outro lado a quinta. O que dividia era uma madeira no meio. Eu vi isso mudando", diz Uarlen.

Ex-alunos dificilmente perdem o vínculo com a escola. "Esse telhado é um presente de Sandro, da seleção brasileira. Nosso ex-aluno", mostra Jordenes.

Da Inglaterra, onde mora, o volante Sandro, do Tottenham e da seleção brasileira, diz que o bairro de Arapoanga mudou por causa da escola.

"É um bairro hoje está muito melhor, conseguindo tirar mais a criminalidade e drogas das ruas. Hoje em dia está uma maravilha", elogia Sandro.

Receitar educação contra a violência é um remédio de eficiência comprovada até pelo juiz de Planaltina, Ademar Vasconcelos.

"Tínhamos, no final dos anos 1990, uma média de quase um homicídio por dia. Isso diminuiu, assim como o tráfico de drogas", garante o juiz.

Para Jordenes, o que existe no local é uma competição que ele está determinado a vencer.
"O traficante oferece a moto, o dinheiro, o tênis, o celular. Eu não posso oferecer isso. O que eu ofereço é uma possibilidade. Só que eu ganho essa luta. Eu ofereço ao aluno a possibilidade de sonhar. Eu tenho 1.243 alunos. A minha história prova para cada um deles que a educação dá certo, porque ela transformou a minha vida, e pode transformar a deles também", conclui.

sábado, 15 de outubro de 2011

BAILARINOS DESAFIAM CHUVA E DANÇAM NO CÉU DA CINELÂNDIA

 

Cinelândia é palco do espetáculo ao ar livre 'Ensaio sobre a beleza'

Atrações incluem performances ao vivo, projeções e efeitos especiais.
Promovido pela Globo Rio, evento abre o Momento Itália Brasil.

Do G1, com informações do Jornal Nacional

 
Comente agora
Bailarinas são observadas pelo público, que enfrentou chuva para conferir o espetáculo (Foto: Reprodução/TV Globo)Bailarinas são observadas pelo público, que
enfrentou chuva para conferir o espetáculo (Foto:
Reprodução/TV Globo)

Nem mesmo a chuva impediu que os cariocas prestigiassem o espetáculo "Ensaio sobre a beleza", realizado na noite deste sábado (15), na Cinelândia, no Centro do Rio.

Com entrada franca, a superprodução do artista italiano Valerio Festi é composta por 100 artistas brasileiros e italianos, entre acrobatas, dançarinos e atores.

"Ensaio sobre a beleza" apresenta performances ao vivo (coreografias aéreas e de solo), projeções e efeitos especiais, ocupando toda a Praça Floriano, assim como as fachadas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Câmara dos Vereadores.

O evento, promovido pela Globo Rio, abre o Momento Itália Brasil, firmado entre os governos dos dois países para celebrar e fortalecer seus laços.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CINEMA BRASILEIRO PERDE UM GRANDE CRIADOR

14/10/2011 13h59 - Atualizado em 14/10/2011 15h22

Morre Leon Cakoff, crítico de cinema e idealizador da Mostra de SP

Cakoff tinha 63 anos e estava internado no hospital São José.
Crítico criou a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 1977.

Do G1, em São Paulo

 
 
Leon Cakoff (Foto: Janete Longo/AE)Corpo do crítico de cinema Leon Cakoff será velado
no MIS, em São Paulo (Foto: Janete Longo/AE)

Morreu na tarde desta sexta-feira (14), aos 63 anos, o crítico de cinema Leon Cakoff. O idealizador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo tinha câncer e estava internado havia duas semanas no Hospital São José, em São Paulo. O corpo será velado no MIS (Museu da Imagem e do Som) nesta tarde e cremado no sábado no Memorial Parque Paulista.

Leon Chadarevian (seu nome verdadeiro), nasceu na Síria, em 12 de junho de 1948. Ele veio para o Brasil com a família aos oito anos e formou-se pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Por problemas com o regime militar, adotou o pseudônimo Cakoff.

Leon foi casado durante 22 anos com Renata de Almeida, atual diretora da Mostra, e deixa dois filhos com ela, Jonas e Thiago, além de dois filhos anteriores do primeiro casamento, Pedro e Laura. A carreira como jornalista teve início em 1969. A partir de 1974, dirigiu o Departamento de Cinema do Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Cakoff dirigiu o curta-metragem "Volte sempre, Abbas", de 1999, em parceria com a esposa Renata de Almeida. O filme acompanha a visita do cineasta iraniano Abbas Kiarostami à Mostra e foi exibido na mostra Novos Territórios, do Festival de Veneza.

O crítico também foi responsável pela distribuidora Mais Filmes, criada em 2000, e estava entre os sócios do Arteplex, que reúne nove salas de cinema em um shopping paulistano e depois ganhou unidades também em Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.

Cakoff esteve ainda entre os organizadores do longa-metragem "Bem-vindo a São Paulo" (2004). No filme, diretores mostram uma visão da capital paulista. Quatro anos depois, produziu e protagonizou o curta "Do visível ao invisível", do português Manoel de Oliveira, também selecionado para o Festival de Veneza. Cakoff voltou a trabalhar com Oliveira, ao produzir o filme "O estranho caso de Angélica" (2010).

Ema 35 anos, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo trouxe ao Brasil diretores como Manoel de Oliveira, hoje com 102 anos. O cineasta se tornou amigo de Cakoff. O evento também já convidou o iraniano Abbas Kiarostami, o israelense Amos Gitai, o americano Quentin Tarantino e o espanhol Pedro Almodóvar. O americano Dennis Hopper, o alemão Wim Wenders,  o iraniano JafarPanahi, o sérvio Emir Kusturica e o finlandês Aki Kaurismaki, entre tantos outros, também participaram da mostra.

A 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa oficialmente na próxima sexta-feira (21).

EU VI UM PAVÃO, poema clássico

 
 
Eu vi um cometa derramar granizo
eu vi uma nuvem enrolada em hera
eu vi uma árvore andar pela terra
eu vi uma formiga engolir uma baleia
eu vi um mar bravo cheio de cerveja
eu vi um copo de três metros de fundura
eu vi um poço com lágrimas de lamúria
eu vi olhos numa chama flamejante
eu vi uma casa maior que a lua e mais distante
eu vi o sol até no meio da escuridão
eu vi quem teve essa incrível visão
 
 
* poema clássico publicado pela primeira vez em inglês no século XVII por autor anônimo.
Foi publicado no Segundo Caderno de O Globo de hoje, porque será lançado em livro pela editora Scipione.

TEM CUL PA EU ?????

 
Chega de basta!
 
O carioca precisa indignar-se com a frouxidão das autoridades que, com a maior cara de pau, olham-se umas as outras, a se perguntar:
 
- Tem culpa eu?

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

UM RIO DE SUSTOS, CHOQUE DE REALIDADE

 
Luis Turiba

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, a rua alagou, o bonde virou, a juíza morreu, o restaurante explodiu.

E agora, José, você que sofreu, você que pagou, você que explodiu, o que será do Rio?

Quando pensamos que chegamos ao fim do bueiro, ou melhor, do poço, vem algo pior e quase inacreditável. Depois que um comandante da PM urde, trama e arma sua horda o silêncio da justiça, assinando uma juíza do bem em plena luz do dia, o que mais podemos esperar de uma cidade que não consegue mais disfarçar sua crueldade-jardim?

 Sim, José! O Rio de Janeiro está gravemente enfermo. Está na UTI da civilidade e da razão. Precisa mesmo tomar um choque de realidade e verdade. De vergonha e de dignidade.  Abre o olho prefeito. Olha a nau, Cabral. Na subida do morro me contaram: há algo de fedido e muito pobre no reino da poluída Guanabara.
Como fazer uma Copa do Mundo sem abolir a Lei de Gérson? Quem paga o pato? Quem solta o bicho? Quem ganha no grito? Quem é mais esperto? O secretário que culpa o motorneiro do bonde ou o dono do gás explosivo que se hospitaliza para fugir do flagrante. Também quero o meu Nike. UPPs de TPM. Que recorde vamos bater nas Olimpíadas de 2016? O de desmandos, de corrupções, de desmantelos?
Chega de basta, José?
Ou restaura-se o mínimo de lógica, ou explodiremos todos no sol dos sem sentidos na Praça Tiradentes, no Corcovado, no Pão de Açúcar, no Maracanã, no Sambódromo, no Theatro Municipal.